Friday, February 9, 2007

Loja vende drogas leves

É a primeira smartshop a abrir na Europa, fora das fronteiras da Holanda, onde nasceu o conceito. A Cogumelo Mágico, que ontem abriu num centro comercial de Aveiro, propõe-se vender, a adultos, uma variedade de produtos naturais – ervas, cactos e cogumelos – que possuem substâncias alucinogénias.



Segundo contou ao CM o proprietário, Carlos Marabuto, “tudo o que se encontra à venda é completamente legal e não faz parte de qualquer lista de substâncias proibidas”. E acrescentou: “Não violamos qualquer lei, no entanto, não fugimos à verdade e afirmamos que o que se pode encontrar na smartshop são produtos naturais que contêm produtos activos que proporcionam viagens alucinogénias de algumas horas.”

Carlos Marabuto, que importa a mercadoria a partir da Holanda, viu neste negócio “uma oportunidade excelente” e confessa que não teve qualquer entrave ao seu licenciamento. “Pedi uma licença à Câmara de Aveiro para abrir uma ervanária, com acesso restrito a maiores de 18 anos. Eles estranharam, mas autorizaram”, conclui.

Ontem, dia em que abriu portas, a smartshop Cogumelo Mágico já teve dezenas de clientes – na maioria jovens – e nenhuma visita das autoridades. Erva sálvia (também conhecida como erva Maria), pronta a ser fumada ou para fazer chá, cactos “com pura mescalina” (uma substância altamente alucinogénia usada pelos índios americanos), kits para cultivo de ‘cogumelos mágicos’ e instrumentos variados para consumo de drogas fazem parte da lista de vendas, com preços entre os cinco euros e meio e os 60 euros.

Questionado sobre o impacto que esta loja inédita terá, Carlos Marabuto está confiante de que “pode ser um factor para mudar mentalidades”. “Em Portugal, a venda e consumo de álcool é aceite e, seguramente, provoca muito mais problemas e até mortes do que o consumo de drogas leves”, refere.

Já quanto a eventuais complicações legais, reafirma que “está tudo legal” e adverte que se os seus clientes “usarem, por exemplo, o cultivo de ‘cogumelos mágicos’ para depois os venderem a terceiros, estão a praticar um crime de tráfico”.
Carla Pacheco, Aveiro
Fonte: Correio da manhã

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