Friday, March 2, 2007

Justiça: Isabel dos Santos uma boa parceira angolana para investidores lusos

Luanda, 26 Fev (Lusa) - Isabel dos Santos tem sido uma importante parceira no mercado angolano para os investidores portugueses, entre os quais alguns dos principais grupos nacionais, como a PT e Amorim.
É o caso da principal empresa de telemóveis do país, UNITEL, na qual a PT e o grupo empresarial GENI, onde Isabel dos Santos tem participação, detêm, cada, 25 por cento do capital.
O grupo Amorim tem sido, nos últimos dois anos, um outro parceiro privilegiado da filha de José Eduardo dos Santos.
Em termos financeiros, criaram o Banco Internacional de Crédito (BIC), actualmente o quarto maior do país, mas aquele que mais tem crescido, detendo cada um 25 por cento do seu capital.
O BIC iniciou a sua actividade há pouco mais de 20 meses e tem já resultados acumulados de 38 milhões de dólares (29,2 milhões de euros) e prepara-se para investir 35 (26,9 milhões de euros) a 40 milhões de dólares (30,7 milhões de euros) para construir um edifício de 25 andares na baixa de Luanda, onde irá albergar os seus serviços centrais, bem como as empresas do grupo.
Ambos tornaram-se nos novos sócios da Nova Cimangola, desde a saída da Cimpor do mercado angolano.
De acordo com o semanário Expresso, não foi muito clara a retirada da cimenteira portuguesa que detinha pouco mais de 40 por cento na Cimangola e várias vezes mostrara vontade em aumentar a participação, ao que as autoridades angolanas sempre se opuseram.
Depois, o governo de Angola resolveu comprar os 40 por cento da Cimpor por 74 milhões de dólares (56,2 milhões de euros) com um empréstimo do BIC, de Isabel dos Santos e Américo Amorim, entregando posteriormente essa participação … Ciminvest, que a imprensa independente angolana atribui à filha mais velha do chefe de Estado angolano e ao grupo Amorim.
O semanário Expresso revelou recentemente que Américo Amorim e Isabel dos Santos também são sócios da Galp.
Quem também tem negócios com Isabel dos Santos é o Banco Espírito Santo Angola (BESA) que em 2006 tinha dez por cento do mercado bancário angolano.
A estrutura accionista do BESA é liderada pelo Grupo Espírito Santo, que possui 79,96 por cento do capital, tendo como principal parceiro o grupo empresarial GENI, com 20 por cento do capital do banco.
Outra empresa portuguesa que mantém uma relação estreita com Isabel dos Santos é a Iduna, especializada em mobiliário de escritório, que em Abril/Maio deste ano irá inaugurar uma unidade de produção em Luanda, num investimento de 2,5 milhões de dólares (1,9 milhões de euros).
Na edição de hoje, o Diário de Notícias revela que procuradores do Ministério Público que estão a conduzir a "Operação Furacão" recolheram no início do mês, numa busca ao escritório do advogado de Isabel dos Santos em Lisboa, documentação relativa à constituição de uma sociedade com sede numa "offshore" ligada à filha do presidente angolano.
Em declarações à Agência Lusa, o advogado, Frutuoso de Melo, garantiu que, na compra da casa, foram cumpridos todos os requisitos legais.
Licenciada em engenharia informática em Londres, Isabel dos Santos iniciou-se no mundo dos negócios há dez anos com a concessão em monopólio da limpeza e saneamento de Luanda com um contrato de dez milhões de dólares (7,6 milhões de euros) por ano.
Além dos petróleos, a filha de José Eduardo dos Santos também tem interesses no outro grande recurso natural de Angola, os diamantes.
Na actualidade, e de acordo com o Semanário Angolense, Isabel dos Santos também é sócia da Sagripek, uma empresa agro-industrial.

AR/FR.

|| JPH, 18:05

Medicamentos piores do que drogas

Nacional

02/03/2007 08:03:8

As Nações Unidas lançam o alerta para o aumento do consumo de medicamentos e, neste campo, identificam também Portugal. O abuso de medicamentos fornecidos mediante receita deverá ultrapassar o consumo de drogas ilícitas. E o número de mortes por overdose de fármacos está a aumentar, bem como a contrafacção de substâncias sem controlo de qualidade, adverte a ONU.
Segundo o relatório do organismo das Nações Unidas para o controlo de estupefacientes, citado pelo JN, os medicamentos que contêm estupefacientes ou substâncias psicotrópicas - que produzem efeitos semelhantes às substâncias ilícitas, designadamente uma intensa sensação de euforia, quando consumidos em quantidades excessivas e sem vigilância médica - são usados como a droga preferida por um número crescente de pessoas em todo o mundo.
E os riscos podem ser maiores do que se pensa. «Os consumidores não sabem que o abuso de medicamentos fornecidos mediante receita pode ser tão perigoso como o abuso de drogas fabricadas ilicitamente», sublinhou Phillip Emafo, presidente do Órgão Internacional de Controlo de Estupefacientes (OICE).
Este responsável diz mesmo que por serem muito fortes, estas substâncias «apresentam mesmo um risco de overdose mais elevado do que o abuso de drogas ilícitas».
Em Portugal, este problema também está identificado, mais na comunidade toxicodependente, mas também na população em geral, confirmou ao JN João Goulão, presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT).
Os perigos associados ao abuso de medicamentos podem até ser mais graves do que as drogas. A interrupção abrupta do consumo, em doses elevadas, de benzodiazepinas pode acarretar mais perigos do que a paragem súbita de opiáceos, por exemplo, sublinha aquele responsável.

Fonte: Diário dos Açores

Doping com hormona de crescimento pode causar diabetes

Dois médicos britânicos publicaram no British Journal of Sports Medicine o primeiro relato de um caso de diabetes causado pelo uso, como doping, de doses elevadas de hormona de crescimento (hGH), uma das muitas substâncias que compõem o cocktail que muitos culturistas consomem regularmente para aumentarem a massa muscular.

Segundo a Reuters, a descoberta deste caso de diabetes só foi possível porque um culturista profissional, de 36 anos, foi internado, nas urgências do Hospital Universitário de Coventry e Warwick, com dores no peito. Durante o tratamento, o homem confessou que consumiu esteróides durante 15 anos e hGH nos últimos três. Inicialmente usou insulina para combater os elevados valores de açúcar no sangue, causados pela hGH, mas parou depois de ter sofrido vários episódios de hipoglicemia (baixo valor de açúcar no sangue) enquanto treinava. O culturista disse ainda ter perdido 40 quilos no ano anterior ao seu internamento e que sentia fome e sede constantemente. Os exames diagnosticaram-lhe uma inflamação nos rins, inchaço nos rins, diabetes e desidratação.

“[Este caso] Representa provavelmente a ponta de um icebergue. (...) Há riscos a curto prazo, mas há uma maior preocupação com as implicações a longo termo, sobre as quais temos poucos dados”, disse James Young à Reuters. Young e Aresh Anwar, os dois co-autores do artigo, relatam que o culturista foi tratado durante cinco dias, com fluidos intravenosos e insulina, e que os sintomas e a diabetes desapareceram.

“O uso de substâncias dopantes está largamente subestimado. A Internet dá acesso fácil a estas drogas, assim como a melhor forma de as obter”, vincou Young. De facto, segundo dados da Agência Mundial Antidopagem (AMA) e da Interpol, o tráfico de dopantes, essencialmente esteróides, tornou-se mais lucrativo que os das drogas sociais e apenas uma ínfima percentagem dessas substâncias é consumida por desportistas profissionais. A hGH tornou-se no dopante da moda porque supostamente aumenta a massa muscular, teoria contestada por Young e Anwar, e foi durante muitos anos indetectável nas análises.

Este artigo foi publicado meses depois de, também no Reino Unido, um relatório ter chamado a atenção para o abuso de tamoxifemo, usado para combater o aumento dos seios, um dos efeitos secundários dos esteróides (o corpo transforma em estrogénio a testosterona em excesso). Segundo a BBC on-line, num inquérito feito pela Universidade de Glamorgani a 200 frequentadores de ginásios, 22 por cento disse que consumia tamoxifeno. “Os culturistas que usam tamoxifeno ou outros medicamentos sem a prescrição adequada estão a jogar com a sua saúde”, avisou Kat Arney, do instituto Cancer Research UK.

Fonte: PODIUM